Acordei me sentindo um trabalhador brasileiro.
Daqueles que saem de casa todas as manhãs com a cara fechada rumo a seus respectivos trabalhos.
Daqueles com as panças sobressalentes e com a barba por fazer, com camisas amarrotadas e mochilas pesadas.
Daqueles que trabalham como máquina. Tendo como motivo maior o santo e suado dinheiro de todo mês.
Sendo que nem ao menos tem tempo de sentir na mão a textura do papel de cada nota.
O dinheiro some e eles fecham a cara.
Daqueles que no fim do dia adormecem mastigando e engolindo tudo aquilo que a TV mostra.
Criando necessidades e inventando mais e mais formas se perderem e afundando ais e mais em suas rotinas banais.
Daqueles que praguejam suas próprias crenças e se auto-diminutam.
Daqueles que passam e vão embora sem alguém sequer notar...